quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Quase um monstro
Depois daquele dia as coisas pioraram. Talvez porque eu achei que as coisas aconteceriam de novo, acreditei que o mundo pudesse se abrir, mas não, não houve nem ponto final nem conversa. As vezes eu acordava de madrugada e sentia teu cheiro, foi como se eu pudesse renovar o guarda roupa e você simplesmente virou as costas e se foi, que costas? Da mesma maneira que você entrou na minha vida, você foi embora, sem deixar rastros. Eu como fiel orgulhosa, não te procurei, como se você não fizesse falta nenhuma, não passei pela sua rua e fiz a questão de excluir seus vestígios, que vestígios? Ouvi sobre você nas ruas e em alguns bares, e engoli em seco. Pronto. Uma nova armadura foi detectada. Sim uma arma, daquelas fortes e impenetrável, você conseguiu piorar uma situação da qual achei que não haveria como piorar, sim, piorou. Depois de você qualquer índice de aproximação vira risco, talvez porque não derramei sequer uma lágrima, não deixei transparecer se quer uma raiva, não deixei que sentimento nenhum fosse colocado para fora, ninguém sabe, ninguém viu, ninguém imaginou que você me tocou de alguma maneira, mas você não me tocou de maneira nenhuma, você apenas sugou, sugou o resto que tinha aqui dentro, sugou o pouquinho e deixou um quase monstro que vira um monstro e tanto quando alguém se aproxima.
Theory of life 

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