segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Poderíamos casar, teríamos um apartamento, tomaríamos café as cinco da tarde, discordaríamos quanto a cor das cortinas, não arrumaríamos a cama diariamente, a geladeira seria repleta de congelados e coca-cola, o armário, de porcarias, adiaríamos o despertador umas trinta vezes, sentaríamos na sala de pijama e pantufas, sairíamos pra jantar em dia de chuva e chegaríamos encharcados, nos beijaríamos no meio de alguma frase, você pegaria no sono com a mão no meu cabelo e eu, escutando sua respiração. Eu riria sem motivo e você perguntaria porque, eu não responderia, saberíamos.” — Caio Fernando Abreu


rdvs

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Abistinência de mim que é você

Se você me amar e eu te amar, não precisamos da aprovação de ninguém para ficar juntos, como também não precisamos assinar nenhum papel ou aceitar qualquer espécie de jogo. Não acredito que maus fluidos, por mais fortes que sejam, consigam destruir um amor bonito, limpo. CFA

Para: Rafael do Vale Serra
...
E eu me lembro de você quando eu leio Caio, me lembro de você quando atravesso aquela avenida movimentada a qual você um dia me disse que eu não precisava segurar teu braço, que você já estava no segundo ano e já havia aprendido atravessar aquelas ruas...E dou aquele sorriso enorme, boba e sozinha, pois eu seguraria teu braço novamente se fossemos atravessar juntos, e não te soltaria nunca mais se fosse realmente pra ser, e se não fosse pra ser eu te guardaria comigo por mais uns anos, uma vida. Me lembro de você quando eu vejo algumas fotos em que você não esta presente, e eu penso a falta que você faz, e imagino como seria se você estivesse ali e lembro de alguns anos atraz e de como eu me acho uma boba pois pensava em ser loira só pra te conquistar e depois de 4 anos descobri que você só namorou as morenas. Eu lembro de você quando eu sinto o cheiro forte da paz, e do seu sorriso, sabe aquele do qual eu falo sempre? Dos olhos apertados e verdes. Me lembrei de você ontem, quando eu olhei todo aquele lugar e descobri que te levei pra lá tambem, e que te levo pra todos os meus cantos, e que quando eu me deito eu peço bem baixinho para que Deus te proteja e que te mantenha sempre assim conectado comigo. E hoje eu senti mais falta ainda de você comigo, e sempre foi assim, mas as vezes a saudade é maior entende? Talvez não. Mas eu reli os textos de novembro, e passei meu cartão de crédito na hora do almoço, e vi nossa data ali, em outubro, em novembro, e pedi e quase implorei para que cada ano fosse um mês a mais, e que assim eu esperaria mais 10 anos, e depois uma vida inteira, e quando falo em você vem a palavra vida, feito todas as nossas frases cliches e textos sem explicação de pessoa conforto, de realidade inexplicavel e de amor incondicional, e eu já te disse tanto, e eu já escrevi um pouco, mas eu pediria, pediria teu nome no meu, e aceitaria qualquer sim em troca se a gente deixasse de namorar por anos, por segundos, e namorasse por vida, afinal a gente já se enamora tanto...
Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais -por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia –qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.

Caio Fernando Abreu
[...] sabe que o meu gostar por você chegou a ser amor, pois se eu me comovia vendo você, pois se eu acordava no meio da noite só pra ver você dormindo, meu Deus...como você me doía! De vez em quando eu vou ficar esperando você numa tarde cinzenta de inverno, bem no meio duma praça, então os meus braços não vão ser suficientes para abraçar você e a minha voz vai querer dizer tanta, mas tanta coisa que eu vou ficar calada um tempo enorme...só olhando você, sem dizer nada só olhando e pensando: Meu Deus, mas como você me dói de vez em quando!

Caio Fernando Abreu

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Enquanto o professor soltava algumas palavras, meu pensamento estava em você.Cansei de lutar contra o mundo ali, tentando me ver, sai da sala e sentei alguns minutos na escada com o fone no ouvido, nem lutei contra as músicas, ouvia qualquer coisa que me deixasse com o pensamento mais longe do que estava, e você ali, tão perto, em qualquer bloco ao lado. Opitei por descer as escadas, e ir encontrar qualquer pessoa que me tirasse o pensamento, eu andava com o som alto e imaginando você, e você me tampou meus olhos, assim, como se estivesse saindo do meu pensamento, e me abraçando forte sabe, eu só consegui soltar:
- você ainda me mata assim...
 E sorri. Virei e te abracei forte, e deixaria o mundo inteiro lá fora, enquanto você me apertava contra o seu corpo, e me explica? Pra que serve todo esse mundo sem você? Você me beijou antes de ir, e meio sem jeito, sem acreditar eu queria te pedir pra ficar mais uma vida ali...

Ano novo

De uns tempos pra cá muita coisa mudou. Deletei um monte de gente da minha vida. Tudo sem um pingo de remorso . Quem me conhece sabe que eu nunca fui assim. Sempre dei segundas, terceiras e décimas chances pra todo mundo. Sempre compreendi os erros alheios. Chorei e sofri junto. E passei a mão na cabeça de quem fingia querer o meu bem. Estou mentindo ? A verdade é que, se me analisarem hoje, eu virei outra pessoa. Sou quase a mesma de sempre, mas sinto que não sou mais boazinha. Minha tolerância acabou, minha intuição fareja à distância uma cabecinha ruim . Não aceito mais ser amiga de gente mal-resolvida e que me ferra pelas costas . Não tenho raiva de ninguém, mas minha prioridade agora é uma só : Eu . Chega uma hora na vida que a gente tem que parar de ser boa com os outros e ser boa – primeiramente – com a gente . Outro dia uma amiga me disse uma frase que prometi não esquecer : Quando o ‘ajudar ao outro’ começa a te prejudicar, chegou a hora de parar. Ok. Me desculpem, então, os que larguei à deriva . Eu não vou tolerar ninguém que me faça ter sentimentos que não sejam incríveis. É uma questão de respeito com a minha própria vida. E comigo mesma. Não quero. Não posso . Não vou . Então pra você que acha que eu sou a mesma besta de sempre (que escuta, releva e põe panos quentes), um aviso: Tome cuidado comigo. Porque agora que eu sei o que me é caro, não vou mais deixar barato.

sábado, 5 de novembro de 2011





"Sem medo da morte, porque esta quase história pertence àquele tempo em que amor não matava" cfa


Eu dormi pensando em você, e acordei lembrando do teu sorriso e de como é lindo teus olhos apertados, lembrei de você me olhando com aquela cara de :' - eu sabia que você ia me dizer isso ' e tendo tanta certeza das minhas palavras, de você assim me traduzindo e sabendo tanto sobre as minhas manias. Ando tentando evitar te mostrar tanto, mas afinal eu nunca pensei duas vezes para te falar algo e hoje tá assim explodindo, explodindo você aqui dentro e mesmo eu achando bem impossível eu gostar ainda mais de você, tá acontecendo, tá aqui dentro, tá gritando teu nome e afirmando que não vai passar nunca. Você que nunca andou de mãos dadas comigo, segurou a minha mão na sua perna e me perguntou o que eu estava pensando, e eu quiz gritar: tô pensando na gente, no amor, pensando em tudo e traduzindo em anos, pensando na gente dormindo e acordando juntos e eu te cuidando pra sempre, mas eu sorri e engoli um pouco do amor. E hoje assim, depois do sol, estava a lua, ali sorrindo pra mim e me contando que assistiu a gente, assim como você soletrou, eu me peguei sorrindo sozinha, me olhei no espelho e pedi um pouco mais de você, não me importando em quantas vezes nem se ia demorar muito, nem que haveria uma saudade enorme nos dias de porres, me importando apenas com a gente juntos, sendo um só.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O tempo mudando, abrindo o maior sol.

E foi novembro começando...
Deixei o alcool do lado de fora do quarto e atirei os maços de cigarros no lixo. Eu sabia que você iria vir aqui, ler isso. Eu poderia tentar explicar muita coisa, mas há coisas que são inexplicáveis, 6 anos e esse sentimento que não dói é uma delas. Eu poderia tentar convencer de que nós dois fomos feitos um pro outro, mas disso você sabe... Poderia explicar sobre o seu sorriso e sobre a minha mania de querer ser teu diário, mas você não iria entender. Eu poderia de contar que largaria sim o mundo pra cuidar de você, mas você não acreditaria, então eu vou apenas agradecer pelo teu sorriso e pelos dias dos namorados que você segurou a minha mão. Agradecer por 6 anos e por você ser a senha do meu cartão de crédito, agradecer por outras vidas e por ter vindo aqui hoje pra me avisar que você é do signo da passagem e que tem apenas essa vida pra me ter.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Novembro com ventos contrários

12h32 - 01/11/2011



Eu sabia que você responderia... por isso aguardei aqui discutindo com o hospital todo, ate pegar no sono.

Acordei com a enfermeira me trazendo a sua carta, ela pediu para que eu fosse embora, meus olhos se enxeram de lágrimas, e eu pedi para que ela se sentasse um pouco ao meu lado e me contasse a cor dos teus olhos, ela não soube responder, se sentou. Eu expliquei para ela cada detalhe seu, e pedi para que te tratasse com mais atenção, disse a cor dos teus olhos e comentei como eles brilhavam, contei também que o motivo de você estar ai, era por conta de pessoas como ela, que desistem e vão embora sem ao menos olhar nos olhos... Ela chorou comigo, me contou que um dia havia doido muito olhar nos olhos e por isso não olhava mais, e eu segurei a mão dela com força, como se estivesse segurando a tua mão e afirmei: - Se você tivesse olhado nos olhos dela, olhado nos olhos da minha Kathy teria visto o que vale a pena, e não teria mais desistido de você. Ela não soube mais o que dizer, mas eu percebi que algumas pessoas apesar de não estarem internadas, sentem, sangram e desejam estar assim, tomando rémedios com bebidas fortes. Ela se retirou e me deixou aqui com a sua carta.

Eu soube deste o começo que você achou que eu não vinha mais, por conta da minha dor, e por conta de você estar do outro lado da rua... mas eu sou mesmo de atravessar ruas sabia? De fazer tudo ao contrário e de ir na contra mão... Gosto mesmo de gente como eu, que vive e pronto, que morre e pronto, que faz drama, chora grita mas ama... gosto de você. Tenho uma vida gigante lá fora, mas cabe todo mundo aqui dentro, e quando percebi que você havia sido enternada de novo permaneci em frente ao teu quarto, até conseguirem me retirar de lá... e eu estava lá na hora da música. Quase me colocaram no quarto ao lado, quase não entenderam nada, quase que desligaram um pouco das minhas lembranças, mas eu lembrei eles que isso tudo não adiantava em nada, e que me colocar em outro quarto só iria me lembrar o quanto amor tem aqui dentro... Pequena, o meu problema é não poder ficar sozinha, então me engano no meio de alguns sorrisos e aguento firme para provar que amor, ah amor dói demais em um quarto escuro, então não entro ele.Não sei se falamos com a mesma infermeira, mas eu vi uma pedindo a conta, e dizendo que a maior doença é o amor não correspondido, e por não poder fazer mais nada, ela se foi, não sei se tinha algum lugar em mente, mas eu vi ela me olhou fundo e pediu pra cuidar de você...


Estou aqui, procurando um calor.
Alice.

Resposta á Alice

UM LUGAR QUASE FRIO, 01 DE NOVEMBRO DE 2011.
Minha boneca, um pouco anestesiada, mas vou indo.
Juro que passou pela minha cabeça que você não viria mais. Briguei com um médico ontem, que me disse que o primeiro passo é aceitação e depois tratamos de cuidar da dor. Mas eu não quis aceitar. Eu não quero aceitar Alice. Sem nenhuma noção, peguei da gavetinha do quarto alguns remédios e tomei. E dormi. Por hora, resolveu. Quando acordei me disseram que uma moça de sorriso triste, mas com um brilho escondido no olhar imenso, havia discutido com a recepção e tentado entrar a força para me visitar. Ri baixinho, e sussurrei: “Eu tinha certeza de que ela viria.” A enfermeira então passou as mãos nos meus cabelos e disse, “você parece melhor”, e me entregou a carta. Lendo não pude resistir às lagrimas, mas eram de conforto. Pensei mesmo que você estivesse ocupada demais para me visitar. Sabe, aqui nesses últimos dias tenho pensado tanto. É muito amor tendo que ser escondido para não assustar. Colocaram no meu quarto um rádio, e esses dias tocou a musica “ Detalhes – R. Carlos” é claro que lembrei de você, e quis tanto que esse sentimento seu fosse embora... Nesse dia (da musica) toquei a campainha e chamei a enfermeira, ela sentou do meu lado e eu comecei a dizer: “ Sabe, ela é linda, e forte. Ela podia ter todos os motivos para não acreditar no amor, e ainda assim se arriscou, saiu com o coração em pedaços gritando por socorro, eu a encontrei mas não sabia como ajudar. Olhei pro céus e entreguei suas dores à Deus. Ele me prometeu que vai cuidar dela. Mas ate passar a dor, qual é o remédio, eu preciso de um remédio para ela, me ajuda sra. Enfermeira?” Ela me respondeu que passa, um dia. Que as vezes demora mesmo, como foi com ela. Me contou também boneca, que você não precisa colocar ninguém no lugar agora, que Deus também vai se encaminhar de fazer isso. Me lembrou que esperamos tanto por eles não é? Então podemos com um pouco mais de fé esperar a vontade de Deus também. E eu chorei. Chorei por você, querendo saber o porque disso, o porque o mundo tirou ele de você, o porque o mundo é tão injusto, e chorei mais, porque eu estou do outro lado da rua, lembra? Lutando por algo contrario o seu, mas querendo tanto que seu coração se aquiete. Eu amo ele Alice. Muito. Mas ele não pode saber que eu estou aqui, quero ficar bem logo, para lutar mais. Mas tenho medo de me machucar de novo. Quanto a você, ainda acredito muito no calor de volta ao seu coração. E torço muito muito muito por isso. Calor de vida sabe? Calor de cumplicidade, de paz... que são maneiras lindas de amar.
Temos que ensinar a bonequinha que as coisas não precisam ser tão dolorosas assim, mas que ela precisa ter cuidado. ( como se a gente lembrasse disso quando ama).

Obs.: Fico feliz! Agüente firme, as coisas irão melhorar. Reze muito. E sorria.

Eu estou aqui torcendo por nós.
Obrigada por acreditar. E por não desistir.
Beijos Alice, e um sorriso enorme para você e para a bonequinha.
Nos vemos em breve.
Kathy.

Para a doce, Kethy

MOGI GUAÇU, 01 DE NOVEMBRO DE 2011



Oi pequena, tudo bem?

Sabe, parei pra pensar na data de hoje, e me veio você, e nada mais. Me veio junto muito mais muito amor sabe, e eu quiz entender porque amor dói tanto... Não consegui. Há alguns dias que tento te visitar e na recepção eles me barram, me afirmaram que você não esta bem, e que anda engolindo amor, e socando, e não contando nem para os médicos aonde dói mais, cuspiu alguns rémedios, e disse que não queria visitas, se te contrariassem iria embora, pra sempre mesmo... não me deixaram entrar. Ontem, depois de algumas insistencias, acho que te contaram de mim, e você me deixou aquela carta sabe? Aquela que você contava dele, com toda aquela fé de antes, e com todo os remédios bebidos com whiski, quase que arrebentei a porca do seu quarto, mas um dia te disse que as bebidas mais fortes me amenizavam então resolvi te deixar assim, anestesiada de amor.

É, eu não queria que essas lágrimas estivessem rolando, nem ai desse lado, nem aqui, mas tenho mesmo a convicção de que um dia seca, e seca de vez, e que nesse dia haja alguém tipo jardineiro, sem bebidas fortes, nem anestesiantes, que regue até ver algum broto, alguma esperança, e que não desista nunca disso... Porque a gente vale a pena, lembra?

Eu iria ai pegar tuas bagagens e te ajudar a carrega-las, mas lembrei de que já deixamos elas em qualquer uma das estações que passamos, sem bagagens mas com um sentimento inteiro.

Esses dias, eu quase que me tomei, quase que enxarquei o mundo, mas eu ouvi um gritinho, daqueles bonitinhos, e vi um anjo, olhei bem nos fundos dos olhos dela, e descobri o amor mais bonito e contei pra ela de você, tentando amenizar as dores pedi para que ela não se esquecesse de mandar os recados lá pra cima... e ela me deu um sorriso enorme e me pediu pra aprender, não... não me pediu para desgostar, me pediu para ver o impossivel do outro lado.

Acho que estendi demais as palavras, mas toda vez que penso em você, as coisas são extensas assim...



P.S.Estou em uma nova estação ( mas permaneço na recepção ), e apesar de estar cansada de me embriagar de saudade e de todas as minhas idas, estou achando bonito os lugares que ando visitando, as pessoas que andam viajando comigo, e acho até bonito as pessoas que me servem café quente e acreditam que o quente ameniza ao invez de queimar.


Beijos, beijos... da sua amiga Alice.