quinta-feira, 30 de junho de 2011

- Alô? Alice...

- Não Kathy, é a mãe da Alice, preciso saber se você esta com ela, cheguei em casa faz tempo, e nada dela, e nenhum bilhete, liguei no celular e o encontrei em meio a alguns pápeis, estou preocupada... você sabe se ela e o Pedro voltaram a se falar?
- Calma , estou indo ai, vou ler os papéis e vou saber aonde encontra-la...

Kathy saiu de sua casa apressada, esqueceu o seu conto de fada sem principe e suas dores por um momento. Chegando na casa de Alice foi direto aos papéis escritos, entre alguns rabiscos começou a ler:

(...)fui sim atraz de algo que eu não devia, derramei algumas lágrimas, e tentei limpar com um sorriso... mas hoje não deu. Resolvi então retomar todas as lembranças, ler todas as cartas e ver todas as fotos, afinal era só por hoje. E mais um dia eu tive um "só por hoje", ouvi as músicas que ficavam em arquivos ocultos e achei as fotos, voltei tudo, coloquei a camiseta e tentei me esquentar no teu abraço, e que saudade, saudade forte e dolorida. Você sorriu pra mim, aquele seu sorriso de muleque que quer abraçar o mundo sabe? E me abraçou forte até eu pedir para não me quebrar, e assim eu fui buscar mais um pouco e me vi no presente, senti pena de mim, e pena é um sentimento tão ridiculo... senti raiva por sentir pena, me escondi forte por traz da coberta, achando que algo mudaria e vi suas fotos com ela, e sangrou. Até que todo aquele sentimento foi transmitido, não havia mais raiva, a explosão havia sido concluida, ficou apenas as marcas em cima das cicatrizes que já haviam e o sentimento de pena foi transferido pra ela, a garota que esta com você agora, pois ela acredita nas mesmas promessas, nas frases das mesmas músicas, e nos momentos iguais e um dia ela vai estar escrevendo um texto pra proxima garotinha que você dizer bom dia... amar é fácil pra tantos não é?

Depois de algumas lágrimas, guardou o papel no bolso e discou o número do Pedro, a pergunta foi áspera e mesmo com medo da resposta já sabia imagina qual seria. Então depois de dois toques ele atendeu, ela não deixou espaço e perguntou:

- Esteve com Alice hoje? Recebeu algum telefone?
Ele apenas disse não e perguntou o que estava acontecendo, ela não queria dar explicações,  afinal não houve explicações quando ele saiu da vida de Alice não é?  Desligou o telefone e ligou o carro.
Ela já sabia aonde encontra-la... exatamente ali, naquela praça cheia de lembranças, em um canto iluminado pela lua, entre soluços. Kathy não disse nada, a abraçou forte e afirmou estar com ela pra tudo, derramou algumas lágrimas também, disse que mesmo sem principes havia um encanto:
- Deus esta com a gente... o tempo todo.
 Alice não conseguia parar de chorar mas disse baixinho:
- Pede pra ele levar esse sentimento? Esta doendo muito novamente...

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Foi quase um dia qualquer com exeçao de uma comemoração, pra mim o plano era dormir o dia inteiro e aturar meu porre de sabado a noite sozinha, esquecer o mundo e viver ali, desacordada. Mas o telefone tocou. Em 20 minutos eu estava pronta e me perguntando " o que deu nesse louco " e rindo sozinha. Eu fiquei em silêncio diversas vezes, mas você não imagina como você estava penetrando na mente, na realidade eu estava ali, tentando memorizar cada momento, para eu sorrir mais tarde. Guardei você dirigindo, e você sorrindo, guardei o momento em que você segurou a minha mão, guardei as suas escolhas, teus olhos apertados, teu abraço, guardei cada segundo, para que não passe. Não entendi por que naquele dia eu fui a escolhida, mas senti quando você disse que iria se eu fosse, quando se lembrou que era o segundo ano consecutivo, quando me colocou para passar algumas horas com você. E assim eu me perguntei porque não era a sua namorada, e sei que você se perguntou também, sem contar que nos perguntaram isso, e ficamos sem resposta, sem sinal de um porque e nem de um talvez, com uma certeza de que mais pra frente, e se deu certo 7 anos pode dar certo uma vida.




Hoje eu pensei em você quase o dia inteiro, suas lembranças me tocavam, era como se eu sentisse sua presença. (Caio Fernando Abreu)